Comida

Inhame: milagreiro da mulherada

Feio, pequeno, marrom e cabeludo. É, ele mesmo, o Inhame. Aqui também conhecido como inhame japonês ou taro, presente da imigração japonesa para nóis de Sampa. Que aliás, provavelmente, crescemos achando que esse era o único inhame na face da terra. Ma não. Tem o inhame de origem africana, muito comum no Brasil inteiro, e o nativíssimo cará – que também entra no rolo e chamamos inhame.
Pelo mundo é conhecido como “taro”, na França é “igname”, no Japão “sato-imo”. No Brasil, inhame, cará, inhame chinês, inhame japonês, inhame-coco ou inhame dos Açores. Aliás, em termos de nome, inhame é famoso pelas confusões. Se confunde com o cará nativo brasileiro e com o inhame trazido da África. Hoje chamamos basicamente tudo de inhame. E o asiático, de inhame japonês. E não, a mandioca não entra nesse parentesco, por mais parecida que possa ser. 
Devidamente apresentado, devemos saber que é um tubérculo, parente do cará e da batata-doce. Que aliás, são todos tubérculos muito mais nutritivos que a batata “normal” que estamos acostumados a consumir, e bem mais interessantes na gastronomia. Não me entendam mal, sou fã da batata – mas existe uma supervalorização dela, sem falar no consumo excessivo, que pode levar a índices glicêmicos altíssimos e aumento de peso; e na falta de criatividade, pois hoje em dia as pessoas já quase se esqueceram como cozinhar com outros tubérculos, principalmente os regionais. 
Por incrível que pareça muita gente só notou a presença desse pequeno quando começaram a circular boatos de que as famosas estavam tomando suco de inhame para garantir a boa forma e perder as gordurinhas. Bobagens à parte, o Inhame é um pãtzaa dum alimento. E sim, seu consumo pode auxiliar nas dietas de perda de peso. Mas não é só isso. Tremam, mulheres: um alimento que ajuda na dieta, na tpm, na fertilidade e na depressão? É, é o feioso inhame. 
Para perda de peso, ajuda por conta da do seu alto teor de fibras, pois é um carbo complexo – te sacia por mais tempo sem picos de glicemia – e por conta da queridinha diosgenina, que impede que a gordura seja absorvida pelo intestino. Além disso, ele ajuda nos sintomas da TPM: o milagreiro fito-hormônio diosgenina ataca novamente, pois como é muito parecido com a progesterona, ajuda no equilíbrio hormonal. E de lambuja, os carboidratos do inhame estimulam a síntese da serotonina, a maledeta que controla muito do nosso humor e emoções. Para aquelas que estão querendo um filhote, o inhame é tiro e queda na fertilidade: dá um forcinha extra pra gonadotrofinas produzirem mais folículos, aumentando a chance da barriguinha crescer. 
Não bastasse isso, é considerado um alimento depurador, popularmente conhecido por “limpar o sangue” e eliminar as toxinas do corpo. A medicina oriental recomenda o consumo para fortalecimento dos gânglios linfáticos, e consequente fortalecimento do sistema imunológico. Rico em vitamina B6, em Potássio, em Vitamina C, também tem ação anti inflamatória e ajuda a abaixar a pressão e o colesterol. 
Suas folhas podem ser consumidas também, e são muito parecidas com a Taioba. Ele mesmo, pode ser consumido cru, em saladas, em sucos, cozido em salteados, purês, gnocchis, pães; e em doces, como bolos, tortas, mousses. É meio chatinha de descascar, mas vale a pena. Além de comer, a medicina popular prega que inhame ralado pode ser um santo remedinho para inflamações na pele. 
Minhas receitas prediletas são suco de inhame com erva cidreira, bolo de inhame e sopa de inhame com cebola.
4/7/2015
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