Dario Princic muitas vezes não aparece tanto nas degustações brazucas ( e pelo mundo ) de laranja quanto Josko e Radikon, mas é um dos caras importantes e influentes da primeira época, lá da década de 80, quando os vinhos de maceração ressurgiram com força total. Parte disso se deve ao fato de ele sempre ter se mantido, propositadamente, à margem. Site na internet? Não tem. Quer conhecer? Vá lá ou beba seu vinho. Ele trabalha desde pequeno nos vinhedos da família, e desde 88 sem nenhum produto sintético no vinhedo. Como grande parte dos naturebas daqui, faz trabalho orgânico no vinhedo, algumas práticas biodinâmicas, colheitas manuais, não filtra, não estabiliza de maneira artificial, não faz uso de insumos enológicos como enzimas, taninos, corretores quaisquer. Ele não faz controle de temperatura e faz macerações prolongadas com as cascas em seus vinhos brancos. Começou com poucos dias e foi aumentando. Hoje faz cerca de 15 a 30 dias de maceração, mas como todos dizem, não da pra dizer quanto tempo o vinho deve macerar: dependendo da levedura, da força da fermenteção, da temperatura ( ou seja, da safra e da uva em questão ) eles decidem. Não à toa, muitos deles associam a vinificação natural à improvisação musical.
Pinot Grigio do Princic. A uva veio da França, Alsácia, mas na Itália está já faz muito tempo. Ahhhnnn…. achou que ela era branca?! Pois é. Não é. É provavelmente uma mutação da Pinot Noir e tem as cascas assim, coloridas. É provavelmente a uva mais “tinta” que se usa pra fazer vinho branco ( branco se faz tirando as cascas ). Mas aqui na região das macerações prolongadas com as cascas… Não era de se esperar um Pinot Grigio normalzinho, né. O Princic, assim como alguns colegas, fazem a Pinot Grigio com alguns dias de maceração, e o vinho fica com uma cor entre o tinto e o rosado encantadora, além de totalmente diferente do que se conhece como Pinot Grigio. A influência das cascas, obviamente, além da cor, vai dar muito mais estrutura e complexidade ao vinho, além de ser mais “fiel” à sua verdadeira “forma”: ela não é uma uva branca, então pra que fazer um vinho branco? Rs
Taí o Pinot Grigio do Princic com maceração de cerca de oito dias, com as cascas. Coisa linda. Nem tinto, nem branco, nem rosé….. Nem laranja!
Endereço: Via Ossario n. 15, 34070 Oslavia (GO)
Terpin! Uma surpresinha no meio do caminho, em San Floriano, ainda no Collio; indicação de alguns vinhateiros da região. Começou a fazer vinhos na década de 90, mas em 2001 mudaram a linha e partiram pros vinhos macerados e de vinificação natural. O início dos 2000 foi uma época que muita gente mudou de ares por aqui. Embora Franco estivesse na colheita, quem nos recebeu foi sua esposa para uma degustacão rápida dos vinhos: todos muito interessantes, com destaque pra linha de base, chamada Quinto Quarto. Rótulo desenhado por uma das filhas, leve mas com muita personalidade. Eles trabalham as uvas da região, como Tokai, Ribolla, além de Malvasia e outras variedades internacionais.
http://www.francoterpin.com/
Stanko Radikon e sua esposa Suzana na adega. Bom, pros nerds do vinho, não precisa dizer muito sobre os vinhos do Radikon. É garrafinha carimbada em qualquer degustação. Considerado extremista por muitos, entre consumidores e colegas, os vinhos dele são algo de ame ou odeie. Radical, não usa nenhum insumo e defende o não uso de SO2 na vinificação. Faz macerações compriiiiidas, de meses, e amadurecimento em botes de madeira antiga. Os vinhedos começaram com seu avô, mais Stanko começou a vinificar na década de 80. Desde 95, os vinhedos são orgânicos e foi um dos primeiros, junto com Gravner e Princic, a voltar nesse estilo de brancos macerados e naturais. Hoje, seu filho, Sasa ( se pronuncia Sasha ) também participa das vinificações e tem uma linha mais leve, talvez menos radical, onde adiciona um pouco de so2 no engarrafamento.
