Viagens

Nono dia: Puerto Morelos

Últimas
paradas no México. Cinco da matina levei minha amiga para o aeroporto e
não consegui mais dormir. Resolvi então ir para Puerto Morelos e fugir
de Cancun ( acho meio deprê o climão de lá ).

Puerto Morelos é
um vilarejo que ainda conserva um pouco o clima de vila de pescadores,
por mais que seja do lado de Cancun e Playa del Carmen, abarrotadas de
gente. Tem um porto super charmoso, uma vila
pequenininha, alguns restaurantes bem interessantes ( reza a lenda que
tem até um bar a vin, vou conferir hoje de noite ) e um mercado de
artesanato Maia bem dos bons.

Como cheguei às sete da manhã na
cidade, nada estava aberto. Mas deu pra dar uma bela caminhada na praia
e pegar a cidade acordando.

Nove em ponto consegui um
barquinho pra me levar até as barreiras de corais. Foram duas horas
mergulhando no meio do mar, com peixes dos mais diversos, lagostas,
tartarugas enormes e barracudas que ficam te encarando – afinal o bicho
estranho ali é você, não eles.

Por cerca de 80 reais você fã
esse passeio, já com equipamento, saindo da frente do restaurante
Pelicano e voltando depois de duas horas, com um instrutor que te guia
pelos labirintos de coral. Vale super a pena.
 

Quem
gosta de mergulho e pesca tem que fazer uma paradinha aqui nessa
região. Os recifes que ficam bem na frente de Puerto Morelos fazem parte
do segundo maior recife de coral do mundo, o chamado recife
Mesoamericano. Você pode mergulhar, fazer snorkel, nadar, pescar. Pode
pegar um barquinho pesqueiro, pode almoçar num catamarã, pode dar um
role de lancha e bebericar algo no fim da tarde olhando pro marzão ridiculamente pintado com vários tons turquesa.

Minha opção foi pelo café na beira da praia e depois snorkeling num
barquinho pesqueiro – mais em conta, sem frescura e com toda a liberdade
do mundo. Nos corais, sempre tem um instrutor pra te guiar e você não
parar de repente na Guatemala.  

 Puerto Morelos. Despedida de Yucatán.

Na verdade fiquei hospedada na Playa Paraíso, a uns 15 minutos de
Puerto Morelos. Uma pra que só quem esta hospedado pode entrar. Linda,
claro. Mas como é o último dia vou ainda conhecer o mercado de
artesanias maias aqui do vilarejo, tentar me embrenhar na colônia (
sertão da praia ) para conhecer, e quizás, quizás, quizás, ir até uma
loja de vinhos e chocolates em Cancun, só pra não dizerem que não fiz a
lição de casa… Rs

Vale uma paradinha na livraria Alma Libre, em Puerto Morelos. Fica tudo ali em torno da praça principal, frente da Igreja.

Ela comercializa livros novos e livros antigos, usados, em inglês e
espanhol. Tem livro sobre cultura Maia, sobre dia dos mortos, sobre
culinária Yucateca. Fora que quem trabalha com livros usados já tem meu
respeito de cara. Aliás, quem trabalha com livros, ponto.  
 

Achar
vinho natureba não foi fácil não. Aliás, praticamente impossível. Mas
chocolate e café orgânicos, foi relativamente fácil. Como fugi pras
áreas menos comerciais e até mais, digamos, alternativas da península de
Yucatán, encontrei vários lugarzinhos pra tomar café e chocolates
artesanais e organicos.

Aqui, em Puerto Morelos, logo em
frente ao Wine bar tinha um café que servia café de olla ( café moído na
hora, feito em panela de barro, como se fazia tradicionalmente ),
chocolate puro e bebidas feitas com esses dois. Pedi o metade café de
olla metade chocolate, que me levaram com um potinho de melado para
adoçar. Perfeito! 

Cafezito
delícia com produtos artesanais e orgânicos aqui em Puerto Morelo. A
dona te atende e te explica sobre as receitas típicas e como se serve
tradicionalmente. Algumas das opções eram chocolate puro com pimenta,
meio café meio chocolate, café de olla ( feito na panela de barro ),
além de quitutes. O café e os chocolates foram trazidos de Chiapas,
conhecido pelos seus cafés e cacaus.

Pedi um mestiço, meio café meio chocolate, servido com Canela. Pra terminar o jantar de ontem com chave de ouro.

Puerto Morelos tem meia dúzia de ruas e meia dúzia de lugares
interessantes, mas vale a pena a visita, andar pelas ruas, visitar o
Wine bar, os restaurantes de peixes frescos, fazer mergulhos e claro,
tomar um cafezinho.  

 

Quem procura sempre acha, gente! Achei um bar de vinhos ontem aqui em Puerto Morelos: Tanino’s.

Cozinha mexicana/mediterrânea, frutos do mar frescos pescados aqui
mesmo na vila, é carta de vinhos grande, do mundo inteiro, em taça.
Vinhos mexicanos também.

Organicos, biodinamicos e naturais?
Já estão querendo demais. Eles inclusive me disseram que eu fui a única
pessoa de toda a história do restaurante que pediu por vinho mexicano natural, ali.

Não me esbaldei, mas tomei um gole de cada para poder provar alguns
mexicanos. Aliás, como não conhecia nada, mesmo não sendo meu tipo de
vinho, é interessante provar os vinhos convencionais do país pra meio
que sacar como é o mercado.

Provei Chardonnays, Fumé Blanc,
Nebiollo, Sauvignon Blanc, Merlot, Petit Syrah. A influência americana é
grande, assim como a italiana em algumas bodegas. Sinceramente, na
média, em se tratando de vinhos comerciais, são bem oks.

Mas hoje a dor de cabeça está bombando. Sulfitado o corpinho pro resto do ano, Jesus amado.
 
Vinhos naturebas esquece. Deve ser tão difícil de achar quanto no
Brasil: ou você vai até os produtores ou tem que dar a sorte de achar
algum lugar de doidos como eu que resolvem colocar na carta. Juro que eu
sempre achei que fosse exagero quando me diziam que só tinha a Enoteca,
em toda a América Latina, realmente com
uma carta 100% de naturebas. Mas estou começando a acreditar! Ahahhahah
quem souber de outros lugares, ficarei mais do que feliz de saber.

Enquanto isso, estou aqui na pesquisa de algumas bodegas. E claro,
quando o Louis Antoine abrir seu restaurante com o sócio mexicano, vai
ter vinho natural com certeza!!  

Águas
frescas de cevada e água da Jamaica – hibiscos. As águas frescas são
super tradicionais e o povo bebe junto com a comida, geralmente. Pode
ser feita de frutas, flores, grãos ou sementes. Pena que tem açúcar,
pois não curto bebida doce ( e nem faz bem pra saúde ), mas vou tentar
reproduzir em casa fáácil.

Adorei também as horchatas, de
arroz e de raízes, e o posole, de milho branco. Tem água fresca até de
chia. De goiaba. De tamarindo.

Curiosidade? No verão, você pode
congelar as águas frescas e elas viram…. Paletas, minha gente! Sim!
As paletas mexicanas originais realmente existem! Rss

Sabonetes de mel, de cacau, de baunilha mexicana e livro sobre ervas e plantas da cultura Maia. Na mala.

Última
parada antes de ir pro aeroporto. Tacos Y Antojitos Doña Mily. Milho
bombando na veia. Vou jejuar uns quarenta dias depois dessa viagem…
Rsss  

 

Minha intuição está bem das boas. Saindo de Puerto Morelos, pra ir pro aeroporto ( ?
), decidi entrar colônia adentro ( a parte do “sertão” da praia, se
fosse no Brasil ) e parar para comer nessa senhora que estava vendendo
tamales na sua garagem. Sim, eu meio que viciei em tamales.

Señora Mily é de Chiapas ( quero muito ir pra Chiapas, gente! Parece que lá é fueda pra comida. Chiapas, Tabasco e Jalisco… acho que me verão pelo México mais vezes ).

Bom, voltando. Ela faz café de olla, tacos de pescados ( afinal ela
está aqui em Puerto Morelos, na praia, então fazem os tacos do que se
tem na região ) e… Tamales de Chipilin.

Claro que perguntei o
que era Chipilin. Resposta?! Uma planta Silvestre que muita gente
considera praga. PANC’s mexicanas, minha gente. E em Chiapas eles usam
pra fazer os tradicionais tamales de chipilin e também alguns caldos,
molhos, etc.

Servido com molho de tomate, esse aqui é feito no
vapor, envolto de folha de bananeira. A parte, um dos habaneros mais
picantes que já provei em toda a minha vida. Quando perguntei, às
lágrimas, porque o habanero estava tão picante, ela sorriu e disse:
receita secreta. É. O povo definitivamente leva a pimenta aqui muito a
sério.

Depois de conversar quase uma hora com a senhora Mily,
ela já me convidou pra ficar na casa da família dela quando for pra
Chiapas e região, e aproveitar pra trocar algumas receitas com ela (
olha Chiapas me chamandoo…. rs ). Um tamale gigante de Chipilin, uma
bacia de molho de tomate, um refresco de hibisco, e um café moído na
hora do quintal dela ( sim, do quintal dela lá em Chiapas )…? O
equivalente a 6 reais.
 

  
 
30/5/2016
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