Blog da Lis

Queijaria Santo Antônio, do Joãozinho, aquele tipo de pessoa que você conversa cinco minutos e já vira amigo de infância. Passamos um dos dias mais gostosos da viagem com ele, almoçando, bebendo, proseando, comendo seus queijos e fazendo farinha de monjolo. Ele vem de uma família já antiga na região, que produz leite e queijo já faz cinco gerações, ali mesmo, na Fazenda Velha. Cerca de um ano Joãozinho resolveu fazer queijos curados – a tradição familiar era de fazer queijos sem cura – e começou trazendo uma isca lá da região de Alagoa, famosa pelos seus queijos. Teste vai, teste vem, ele conheceu o Rafa, outro doido, que começou a incentivar ele com isso, e percebeu que alguns queijos … mofavam. Até uma manteiga mofou, branquinha, mofinho bonito, cheiroso.

Como bom estudioso e apaixonado pelas tradições e pela cultura local, lembrou que os antigos diziam que os queijos… sempre mofavam, uai. Os queijos, os curados… sempre se formava aquela capinha de mofo em volta. E assim ele começou a curar seus queijos com mofo, aquele mofo que tinha lá mesmo. Oras, todo mundo sabe que uma das coisas mais importantes na elaboração de queijos é o tal do mofo, que além de formar uma barreira microbiana que proteje o queijo, vai dar características únicas de aromas e de sabores pra ele. Dito e feito, assim foi. Joãozinho continua estudando, aperfeiçoando as técnicas, aprendendo, indo atrás…. E está fazendo um queijo de deixar francês com água na boca. O Grana dos Laura é uma homenagem à família e à tradição local do queijo elaborado com a receita do parmesão italiano. O Capoeira grande é um queijo de mofo branco, que depois de algum tempo de cura fica macio e desmanchando dentro.

Como Joãozinho mesmo disse, quando cortou um queijo desse depois de alguns meses, ele “babava requeijão”. A queijaria hoje se chama Queijaria Santo Antônio, e ainda vai dar o que falar por aí. @queijaria_santo_antonio