Criado Solto Sicília: Davide Bentivegna, Etnella.
Esse é Davide Bentivegna, do Etnella ( @etnella ). Elabora vinhos naturais na região do Etna, o emblemático vulcão ativo siciliano repleto de lendas …. e de vinhos.
Foi dica do Lorenzo, da Barranco Oscuro ( @barrancooscuro ) e também do Caio, da Minca ( @vinhos_minca ).
Davide faz vinhos naturais sem adição de sulfito e agricultura orgânica pra lá de integrada com o ambiente, resgatando a maneira tradicional de cultivo da região do Etna – e conhece cada planta do seu vinhedo, cada erva, cada árvore frutífera, pra que serve e como come. De tanta diversidade dentro do vinhedo, você praticamente esquece das uvas e fica que nem criança comendo amora selvagem dos arbustos, tentando alcançar as pêras maduras, as ameixas verdes de Maria Antonieta, as maçãs ácidas para fazer cidra, a erva doce silvestre, as artemísias, e até as beldroegas – que sim, por aqui também são “panc’s” e crescem expontâneas pelo solo de terra negra vulcânica.
Davide não era vinhateiro. Trabalhava na Siemens.
Começou com o projeto lá por volta de 2008, pois sempre quis trabalhar com agricultura, e hoje tem, além dos vinhedos, um agroturismo onde recebe os turistas que querem passear pelos vinhedos, experimentar os vinhos, jantar e dormir olhando uma vista de cair o queixo, entre a Sicília e a Calábria. Hoje seus vinhedos estão em 15 terrenos distintos, espalhados pelo Monte Etna, todos conduzidos da maneira tradicional local, o “alberelo”, também de “goblet” ou buch vines, sistema ancestral de condução de vinhas. Algumas das variedades que ele cultiva: Carricante, Catarrato, Malvasia ( brancas ), Nerello Cappuccino, Nerello Mascalese ( tintas ).
Pertinho dos vinhedos do Davide, tem uma Enoteca imperdível pra quem quer levar vinho na mala: “Il vino della rosa”. Daqueles lugarzinhos que você passa na frente, acha que pode ter alguma pérola, e quando você entra acha a pérola, a ostra, a turma toda. Pra estourar o limite do cartão internacional, já ir pensando naquela taxa do excesso de bagagem e se culpar pelo surto consumista de vinho. Linguaglossa é o nome do vilarejo.
