Pratos e pensamentos mais coloridos, saúde melhor.
Sabe aquela coisa que todo nutricionista fala de fazer um prato colorido? Sim, já virou chavão, e tem todo fundamento.
Mas em nome dos nerds alimentícios, vamos sair um pouquinho do nutricionismo barato de boteco e partir para algumas outras reflexões. Pois além de chata também sou nerd e meio abraça árvore, gente. Com orgulho.
Primeiro ponto: não precisamos saber o que “existe” em cada alimento, mas é óbvio que se ingerimos uma diversidade maior de alimentos, estaremos ingerindo também uma diversidade maior de nutrientes, certo? Certo.
Quanto maior a quantidade de formatos, texturas, diferentes formas de cozimento e cores, idem. E se você tem diversidade, mais facilmente seu organismo encontrará elementos para manutenção do seu equilíbrio, ou reposição do que o seu corpo/cabeça está precisando naquele momento.
Sim, pois a gente tem mania de achar que corpo e cabeça são duas coisas separadas, mas não são. Somos uma coisa só.
Em tempo: não nos alimentamos apenas de comida, mas de pensamentos e de ações. Quando mais coloridos nossos pensamentos e ações, quanto mais diversificados, melhor nossa saúde será.
Pensando ainda nesse negócio de ser uma coisa só, podemos levar o conceito para os próprios alimentos. A cenoura não é só o betacaroteno. Não é a soma de seus nutrientes, proteínas e vitaminas. A cenoura é o todo. Ingerir partes do todo fora do contexto do todo não tem o mesmo efeito do que ingerir o todo. Ou seja, a cenoura faz bem por ser cenoura, não por ter betacaroteno. Muito confuso? Talvez. Pois esse é um tipo de abordagem que não fazemos normalmente em relação aos alimentos. Mas qualquer pessoa que leva a sério um vinho biodinâmico sabe que existem muito mais coisas entre o céu e a terra do que julga nossa vã filosofia.
O que o formato da cenoura, sua capacidade incisiva de crescer em direção à terra, sua coloração alaranjada, seu sabor picante, interferem na nossa saúde? Já pararam para pensar que existe toda uma energética relacionada aos alimentos, e que mal percebemos? Que uma fruta colhida no tempo certo e consumida na hora pode ter uma efeito no nosso corpo muito mais poderoso do que uma fruta que foi forçada por agricultura industrial e estocada por meses? Que um alimento vermelho ou branco ou verde pode carregar em si uma informação de cor que interfira diretamente em nosso corpo, emoções e ações?
Ok, pode ser muito delírio para uma quinta feira normal, mas vale sair da casinha e refletir um pouco em cima. As cores também interferem na gente de uma maneira já estudada por muitas culturas, e embora a cromoterapia tenha caído no limbo das terapias “alternativas” meio ridicularizadas pela maioria, é inegável que elas afetam, e afetam muito. Não é à toa que o Mac Donalds é vermelho e amarelo, que as pessoas de luto se vestem de preto e os umbandistas de branco.
Se pensarmos nos elementos terra, água, fogo e ar, sempre conseguiremos ligá-los à cores e a formas. Indo nessa linha de raciocínio, os alimentos também conseguiriam carregar neles as informações referentes à sua cor, seu formato e sua natureza: subir em árvores, ser doce, amargo, forte, resistente, crescer pra baixo ou pra cima, ser mais quente, mais frio, mais úmido, marrom, laranja ou roxo.
Aquela coisa de você é o que você come ganha todo um outro enfoque, não? Pois é.
Pra não ficar muito em achismos e ninguém me achar mais doida do que eu realmente sou – e já sou bastante – vai aqui uma sugestão de alguns livros para se aprofundar no assunto, e começar a ver a variedade de cores no seu prato e na sua vida com um outro ponto de vista:
- A Energética Dos Alimentos, de Steve Gagne
- O Livro da Macrobiotica, de Michio Kushi
- Ayurveda: a ciência da longa vida, Edson D’Angelo, Janner Rangel Côrtes
- Macrobiotics For Dummies, Verne Varona
- Ayurveda For Dummies, Angela Hope-Murray