Engenhocas do beber na praia.
As engenhocas do beber na praia: qualquer coisa vira balde de gelo, qualquer copo vira taça.
Por incrível que pareça, nesse paraíso tropical tupiniquim que veraneia quase o ano inteiro, ainda imperam uns ranços muito improváveis para nossa realidade, e que vieram sabe se lá de onde.
Que vinho não vai pra areia, que vinho não se bebe em copo, que vinhão mesmo é tinto, que não se bebe do gargalo, que existe uva certa pra se fazer vinho, e… até mesmo que vinho feito no próprio país não se presta.
Quem nunca.
Nesse balde passou um tantão de bolhas, de brancos de maceração, de Isabel espumante, de tintos levinhos de voar com o vento, de rosados, todos frescos, solares, acidez pinicando as papilas, todos bem ensaiadinhos com o calor, com o cotidiano, com a água do mar, com os almoços em família e os cinemas do por do sol.
Passou também pelo baldinho aluá e hidromel e cerveja de fermentação espontânea. Afinal, nem só de uva é feita a vida dos bons fermentados, e cada vez mais a galera está entendendo que os limites que a gente mesmo se coloca, no fundo no fundo não tem nenhum sentido. É só pensar um pouco e a gente já vê que existe um mundão fora da caixa.
& sim, um bom aluá de abacaxi ou de milho espumando no copo debaixo do sol, ou um hidromel adoçando a boca já salgada pelo mar fazem harmonizações talvez até mais interessantes nesse nosso espaço tempo e cultura … do que muito vinho por aí.
O que dizer então das cidras, das poirés, dos fermentados de jabuticaba? Também estão aí para encher nossa vida de mais possibilidades, e as nossas possibilidades com um tantinho mais de vida.
Ah, a vida. Claro que falo aqui de fermentados vivos. Naturais. Sem aditivos. Os de verdade, e não aquela coisa de mentirinha que disseram pra gente ( e acreditamos por muito tempo ) que eram os vinhos, e cidras, e cervejas.