Comida, Sustentabilidade, Vinhos

Glifosato e 2,4-D & Abelhas

O Glifosato é o agrotóxico mais vendido no Brasil, seguido pelo 2,4 -D, ambos herbicidas sistêmicos.

O Rio Grande do Sul está entre os estados brasileiros de maior consumo desses herbicidas, sendo que o limite máximo de resíduos permitido nos alimentos, no Brasil, é 2 a 4 vezes maior do que o permitido na União Européia. Somente no Brasil, são 110 os produtos comercializados com Glifosato, de 29 empresas diferentes. Foram 173 mil toneladas vendidas em 2017.

Criado nos anos 1950 pela indústria farmacêutica, seu princípio ativo ficou conhecido nos anos 1970, quando a empresa Monsanto – hoje pertencente à Bayer – desenvolveu o herbicida. As vendas estouraram quando a companhia lançou sua linha de sementes transgênicas Roundup, resistentes ao glifosato, nos anos 1990. A soja, o milho e o algodão resistentes ao herbicida estão entre os principais cultivos que utilizam o produto. Hoje, além de pequenas e grandes propriedade agrícolas, o glifosato está em produtos para jardinagem e também é usado na manutenção de parques públicos.

Em 1995 chegaram ao Brasil as primeiras sementes transgênicas resistentes ao herbicida. Em 2005, com a liberação da soja transgênica, o glifosato se tornou o herbicida mais usado nas lavouras.

O 2,4-D, nome simplificado do ácido diclorofenoxiacético, é um dos herbicidas mais comuns e antigos do mundo. Foi o primeiro herbicida orgânico sintetizado pela indústria química, em 1941. Algumas décadas após sua descoberta, durante a guerra do Vietnã, ele foi utilizado em uma mistura de 2,4-D e 2,4,5-T – conhecido como “agente laranja” – pelos americanos, com intuito de desfolhar partes da selva entre o Vietnã, Laos e Camboja, como parte da estratégia de guerra. No Brasil, o limite máximo de resíduos para o herbicida 2,4 – D, na água potável, é 300 vezes maior do que o permitido na União Européia.

Para o herbicida glifosato, esse número é 5000 maior. Nas últimas três décadas, 75% das abelhas em certas regiões do mundo desapareceram por conta da utilização intensiva de agrotóxicos. Cerca de 500 milhões de abelhas morreram no Rio Grande do Sul apenas entre 2018 e 2019, colocando a região entre as de maior moralidade de abelhas no mundo.

Embora assustadores, esse números não refletem a realidade por completo, pois além das colméias comerciais contabilizadas nos registros oficiais, muitas espécies nativas silvestres desaparecem sem deixar rastros nem números na imprensa. Muitas das abelhas nativas brasileiras hoje estão em vias de extinção. Alta toxicidade dos venenos e aplicações irregulares e exacerbadas são as principais causas das mortes dos insetos polinizadores, sendo este um dos grandes problemas ambientais à nível mundial desde a década de 90. As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de metade das espécies cultivadas para alimentação, principalmente frutas e verduras, e as grandes responsáveis pela polinização de florestas nativas.

Sem abelhas, a biodiversidade do mundo sofreria uma perda gigantesca, e ficaríamos restritos somente a culturas alimentares autopolinizáveis, como feijão, arroz, soja, milho, batata e algumas espécies de cereais.

5/8/2021
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