O terroir de Domfront & poirés.
O terroir de Domfront para poirés:
Domfront tem algumas particularidades bastante interessantes.
Dois terços das árvores de pêras centenárias, de toda a França, estão aqui.
Alguns defendem que os agricultores que “cuidam” dessas das árvores centenárias e colhem seus frutos sem necessariamente “modificar” sua existência natural são “pré-agricultores” ( em comparação com os “agricultores” modernos que já plantam e conduzem as árvores com objetivos de produção, utilizando mais ou menos tecnologia ou aditivos ).
Essa “pré-agricultura” obviamente está relacionada com modos de vida tradicionais da região em si, que inclui também o “consórcio” de vacas leiteiras para a produção de queijo nos pomares de pêras, o que cria um ciclo fechado de biodiversidade e produção. Você acaba no final com birita, com queijo, e os resíduos das pêras servem de adubo e de alimentação para os animais.
Olhando ainda de uma maneira mais profunda, os animais ajudam na fertilização, na “poda” da matéria vegetal, e as árvores centenárias tem muito mais resistência ao clima, pragas, doenças. Da mesma forma os frutos, amadurecidos a muitos metros do solo, ficam menos propensos a ataques e muito mais complexos e concentrados devido à idade da árvore em questão.
Ou seja, é um sistema agrícola a ser preservado, e é o que acontece por aqui nessa região.
Pois é, pra quem nunca ouviu falar de fermentados alcoólicos de pêra na vida, prazer. O poiré vem carregado de história, é uma delícia e ainda ensina como podem existir agriculturas que respeitam a tradição e biodiversidade locais.