Comida, Sustentabilidade

Panc.

Panc. Agora virou moda, todo mundo tem uma panc pra chamar de sua, e algumas delas alcançaram o estrelato, como a beldroega, a capuccinha, a serralha. Sim, estamos falando das “plantas alimentícias não convencionais”. Vulgo, para os íntimos, Pancs.

Se você nunca parou pra pensar, nosso conhecimento de bicho da cidade em relação às plantas é zero: o que comer, o que não comer, o que faz mal, o que faz bem e pra que faz bem. Veio numa bandeja ou está na feira, beleza, então dá pra comer.

Mas saindo do ambiente dos mercados, das bandejinhas, das feiras e até mesmo das hortas e plantações, se jogar 99% dentro de um mato, 99% morre de fome ou vai viver de luz. Isso pois a maioria massiva das pessoas não têm a menor idéia de que planta se come ou não, tão doutrinados pelo que a geral come.

Se come e se comeu ao longo dos anos muito mais coisa do que imaginamos – e se hoje conhecemos comercialmente meia dúzia de legumes e verduras, é porque eles foram ao longo dos séculos sendo selecionados ( pelo sabor, facilidade de plantio, rendimento e resistência ) pelos agricultores.

Então se antes se cultivava três tipos de couve, hoje se cultiva uma. Se antes se cultivada um tipo de couve por pais, hoje se cultiva meio que a mesma couve em todos. Sim, a agricultura também assume escalas industriais onde é mais fácil e mais barato plantar mais de uma coisa só do que plantar menos de várias coisas.

E daí você chega na bancada de hortifruti do mercado e tem sempre as mesmas coisas, afinal, hoje em dia conseguimos cultivar o ano inteiro praticamente tudo, a base de muita seleção de espécies, importação de alimentos de lugares longínquos e agroquímicos nas plantações. A merda é que, embora mais “fácil” e “rentável”, isso só estimula o empobrecimento das variedades existentes ( a tal da biodiversidade), o empobrecimento dos nutrientes das espécies e também …. o empobrecimento da nossa dieta, óbvio. Pois quanto maior a variedade e mais próximo do selvagem for o alimento, na maioria das vezes, melhor.

12/1/2022
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