Comida, Sustentabilidade, Divagações

Agrofloresta na horta aqui de casa… com o Peter Webb.

Essa semana teve “mini” multirão agroflorestal aqui na horta, com o Peter Webb. Eu, Rama, Dona Ana, Seu Jorge e Paulo, todo mundo que trabalha aqui nas hortas, pra aprender um pouco mais com ele. Época de podas de inverno, de limpar as jabuticabeiras, de tirar as folhas secas e meio doentinhas, de preservar umidade do solo com troncos de bananeira e lírios do brejo.

O Peter é daquelas pessoas que você escuta, escuta, e nem se atreve a falar muito. O conhecimento da natureza e a simplicidade com que ele nos explica alguns processos quase óbvios e invisíveis à nossos olhos, é impressionante. Além de todo o bate papo e ensinamentos, ainda começamos a fazer canteiros suspensos, muito leves, para plantio de tomates na varanda.

Pedaços de cerca, madeira, folhas secas de bananeira e composto, pra fazer um canteiro suspenso, aproveitar ao máximo as áreas de exposição ao sol e não deixar os tomates muito afogados em água, nem em contato direto com chão – duas coisas que fazem com que eles não vinguem. Plantamos tomates Romanescos, algumas variedades italianas de Parma e outras portuguesas, que trouxe de viagem, orgânicas, tudo pra testar. Vamos ver no que dá…. rss….

Na semana do dia 15, mal cheguei no Braza já emendei um pãtza curso de Agrofloresta com o Peter, um dos mestres da área. Daí que nos conhecemos.

Ele se formou na Austrália em Horticultural Science; estudou Permacultura com o seu mentor Bill Mollison; e foi responsável pelo Banco de Sementes do Jardim Botânico de Melbourne por três anos. Em 1980, mudou-se para Inglaterra onde deu início ao trabalho de Cirurgia em Árvores e formou-se em Agricultura Biodinâmica, na Emerson College, em Londres. Desde 1984, passou a morar no Brasil. Por catorze anos, viveu de modo autosustentável em Matutu, no Sul de Minas Gerais. Em 1998, mudou-se para São Paulo, onde, desde então, tem administrado cursos e desenvolvido projetos de Agroflorestas, Agricultura autosustentável, Consultoria ambiental, Paisagismo, Cirurgia em árvores e Reflorestamento. Desde 2002, ao unir a Permacultura à Psicologia do Budismo Tibetano em parceria com Bel Cesar, desenvolve atividades de Ecopsicologia no Sítio Vida de Clara Luz, em Itapevi, São Paulo.

Sim, essas informações eu copiei e colei do Facebook dele, pois durante o curso eu só conseguia ouvir admirada e perguntar coisas como “farinha de casca de ovo também corrige acidez do solo?”, “minha jabuticabeira tá meio infeliz, será que é poda ou são as raizes?”, “o que é considerado uma floresta?” e por aí vai. O cara é um assombro, e é daqueles que transbordam conhecimento de forma simples, prática e pra lá de efetiva.

Vale a pena ver todos os seus vídeos no YouTube e assistir um curso ou outro, afinal, os assuntos começam na agrofloresta, mas vão muito mais além. Segundo ele, confirmando todas as nossas frustrações, o Brasil está muito atrasado em termos de agronomia. “Parou” no cultivo convencional, no agronegócio. E maneiras criativas de plantio no campo e na cidade, visando sustentabilidade e produção, ainda são raras, pois falta gente estude o assunto e também que aplique, gerando base de dados para outras pessoas. Nenhuma novidade, isso a gente já sabia, mas ouvir isso assim com todas as letras sempre dá um desânimo. Ou um ânimo, pois nessas horas você olha pro lado e vê mais um monte de gente querendo fazer diferente e sair da caixinha do sistemão imposto.

 

 

 

 

28/6/2018
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