Ervas e plantas medicinais
Na nossa horta orgânica também temos os canteiros de ervas medicinais.
Sim, no fundo, todas as plantas são medicinais. O que a gente tem que entender é que o conceito de “medicinal” de uma planta é bem diferente do conceito medicinal da medicina ocidental moderna.
Se você tem uma alimentação equilibrada, saudável, pura, rica em plantas das mais diversas, naturalmente você estará mais saudável, protegido, equilibrado. As plantas tem nutrientes e propriedades das mais diversas, que não atuam somente em “uma” coisa, mas sim, em várias coisas. Você pode consumir em forma de comida, saladas, sucos, e claro, de infusões.
Existe uma medicina tradicional ampla, vasta e extremamente fundamentada em torno de ervas e plantas medicinais. A maior parte dos compostos usados hoje em remédios sintetizados vem das plantas. Mas a gente esqueceu disso, e hoje em dia muita gente acha que “não funciona”, é mandinga, ou simpatia de vó.
Só que não. Saber prevenir e curar desequilibrios e doenças através da alimentação e da medicina tradicional, baseada em plantas, infusões, óleos, tintutas, dieta… é uma arte das mais antigas e sérias.
De desconfortos no ciclo mentrual à picadas de insetos, conseguimos ter uma “farmacinha” em casa com pouca coisa, pouco trabalho, e muito mais saúde do que se encher de comprimido. Afinal, temos que lembrar que a indústria farmacêutica e a indústria médica também vivem de lucros, marketing e mercado: então não, não é todo mundo que é bonzinho nessa história. E na maioria das vezes você está sendo manipulado por toda essa indústria da doença e dos remédios.
Não precisamos ser radicais e abolir a medicina moderna ocidental – ela tem inúmeros pontos muito positivos. Mas também não precisamos esquecer por completo as tradições alimentares e medicinais de nossos antepassados, avós, povos indígenas, e de tantas culturas antigas espalhadas pelo mundo.
Que tal começar pelo bom e velho chá?
Ok, gente chama de chá, mas na verdade o nome certo é infusão: chá mesmo é só da infusão das folhas da planta de chá, a camelia sinensis.
Quando começamos a estudar um pouco de medicina tradicional, vemos o quão complexa ela é: existem as infusões, as macerações de erva fresca, as infusões de ervas inteiras, de folhas secas, de flores, de raízes….. cada coisa vai atuar de maneira diferente.
Ninguém precisa ser mestre alquimista pra isso. O mínimo de interesse já é suficienete para substituir muitos remedinhos desnecessários por ervas e folhas que você pode ter em casa.
Por exemplo? Pra desconfortos mentruais eu faço infusões de manjericão anis. Tira cólica com a mão. Como diurético, fortalecedor de rins e fígado, infecções urinárias? Picão. Resfriado, males de inverno, bronquites e ites da vida? Guaco. Estômago alto, má digestão, gases? Casca de cebola. Insônia? Noz moscada. Desânimo? Tristeza? Alecrim ou gengibre. E por aí vai.
Aqui a gente cultiva as ervas de maneira orgânica, colhe nos dias certos do calendário lunar ( depois explico, mas não, eu não me visto de bruxa e saio voando na lua cheia ), seca as ervas no sol ou na sombra, e depois armazena em potes herméticos.
Como da meia noite às seis ainda sobra um tempo, também resolvemos pegar parte dessas ervas e colocar em saquinhos, pra deixar lá na mercearia da Enoteca. Quem sabe assim a gente não incentiva o povo a começar a fuçar o assunto, deixar alguns comprimidos de lado e fazer amizade com as plantas.
Claro que tem que pesquisar os efeitos e contraindicações antes de utilizar. Mas quando você começa a entrar nesse mundo, é um caminho sem volta. Mais barato, divertido, saudável, e muito, muito mais interessante.
@enotecasaintvinsaint