Vinho quente e Hipócrates.
O que Hipócrates tem a ver com o nosso costume de beber vinho quente no inverno?
Bom, vamos voltar para a Idade Média.
O hipocras era um vinho tônico medieval, bebido à exaustão na época. Uma mistura de vinho, especiarias e ervas com mel, às vezes adoçado com mais açúcar de beterraba ou cana, e que deu origem aos nossos vinhos quentes juninos.
Hipócrates (460-377 aC), antes ainda na história. é um dos principais médicos do mundo antigo, e reconhecido como o pai da medicina ocidental moderna. Ele escreveu extensivamente sobre o uso do vinho na cura de feridas, como uma bebida dietética nutritiva, como cura para resfriamento para febres, como purgativo e diurético. O médico receitava um vinho tônico, uma infusão de vinho com artemísia e menta para os males estomacais.
O Hipocras veio daí, e por isso o nome. Na Idade Média já não era medicina, e sim bebida social ( embora com propriedades medicinais digestivas e tônicas ). Era servido frio nos banquetes, mas dele veio também a versão de inverno, originando os vinhos quentes atuais.
O vinho quente se encontra ainda hoje em muitos lugares do mundo, e a origem é a mesma: esse preparado tônico e regenerativo para combater o frio, feito com especiarias quentes, ervas, mel ou açúcar e … vinho.
O costume de beber vinho quente chegou no Brasil pela mão dos europeus, onde é amplamente difundido.
No norte da Europa e na França até hoje se encontram versões do Hipocras feitos também com outros “vinhos”, como o vinho de maçã: sidra doce adicionada de cascas de cítricos e especiarias, servida quente para combater os males do frio.