Sexto & Sétimo dia: Isla HolBox
Mas o que fazer numa ilha isolada, com um vilarejo de praticamente meia dúzia de ruas?
– tomar sol
– andar pela praia compriiiiiida de areia branca catando conchinhas na beira do mar.
– beber tudo o que você vê pela frente. Água de coco, mescal, rum, mojitos, margaritas.
– comer guacamole até sair abacate da orelha.
– comer comidinhas de rua no fim da tarde
– beber mais um pouco vendo o por do sol.
– jantar em algum lugarzinho com música ao vivo
– curtir a “noite” em algum dos três bares abertos
– beber como se não houvesse amanhã, fingir que você tem ainda 15 anos e mergulhar no mar de noite vendo a lua
– acordar no dia seguinte de ressaca, olhar pro marzão e começar tudo de novo.
Depois
de passar o dia visitando ruínas, sítios arqueológicos abandonados,
povoados maias …. E ter comido cozinha caseira Maia tradicional até
passar mal, com uma cervejinha pra arrematar a orgia gastronômica….. fomos pra
Isla HolBox.
Essa ilha, pouco conhecida pelos turistas no
Brasil, é super fora do circuito, embora já bastante turística. Vinte
quilômetros de extensão por menos de três de largura, é um fio no meio do mar turquesa do Caribe.
Não entram carros. Para se chegar lá, só de lancha ou de ferry. A
passagem custa cerca de 45 reais e vale bem a pena pegar a lancha, para
não esperar os horários fixos do ferry.
Mochila nas costas, embarcamos ao entardecer na lanchinha e fomos pra ilha. Uhu!
Sábado
à noite em HolBox. A ilha é mini, tem um centrinho mais mini ainda, mas
delicioso de andar. Tudo gira em torno da praça principal, e as pessoas
ficam indo de um bar para outro, de um restaurante para o outro, e
acaba todo mundo meio que se conhecendo.
Aqui, num pico pra lá
de charmoso, com música “de viola” mexicana ao vivo, nada
mariachis-pra-inglês-ver e com um guacamole de chorar de prazer.
Ah sim, claro, e mais um drink “pequeno” de mescal, Pimenta habanero e hortelã. Só pra começar a noite.
Certeza que é aqui que nascem os fundos de tela dos computadores.
Holbox é o cúmulo do estereótipo Caribenho. Ilha paradisíaca, quase
vazia em baixa temporada. Água azul, praia de areia branca, barquinhos,
aves, peixes. Ah, e conchinhas, muitas delas na beirada.
Um
dos destinos menos conhecidos, mas ainda turístico, não dá pra entrar
de carro aqui nessa ilhazita caribenha, cerca de três horas de Cancun.
Você deixa seu carro no porto e atravessa cerca de meia hora pra dentro
do mar, até chegar aqui.
Quem gosta de sossego e uma vila
charmosa pra tomar um café, cervejas artesanais, comer peixes e
crustáceos, e de quebra, quando em época, ver golfinhos e tubarões… O
lugar é mesmo aqui.
Depois de uma bebedeira de mescal, rum e
charutos mexicanos ontem ( sabadão na ilha minúscula, todo mundo no fim
de noite acaba meio que vira do amigo ) só esse marzão mesmo pra aplacar
a ressaca e fazer você querer começar tudo de novo.
Ahh!! Nosso
guia, Ramon, que virou amigo e acabou sacando qual era a nossa: menos
turismo e mais cultura. Com ele fomos pra sítios arqueológicos
abandonados, vilarejos maias e cidadezinhas ao redor de Chichen Itza
para experimentar cozinha tradicional Maia, como as tortillas de semente
de Abobóra e otras cositas más.
Como gente assim anda rara no
mundo, deixo aqui o contato dele pra todo mundo que quiser um guia
turístico nessa região: Ramon Dzib Santiago ( facebook ).
Ficamos num hotel pé na areia chamado La Palapa. Delicioso, café e bar na areia, vista que você chega a duvidar se é miragem.
Booking ou qualquer outro sistema de pesquisa de promoções salva nessas
horas. Consegui as diárias com 70% de desconto. Se não fosse isso,
muito provavelmente teria ficado num pico mais barato, pois as diárias
cheias aqui na ilha são bem salgadinhas. De qualquer maneira, vir em
baixa temporada é sempre algo bom de se fazer. Menos turistas, mais
mexicanos, preços mais baixos e a praia mais vazia. Paraíso. Quem é
muito da balada talvez estranhe o sossego – tem menos gente na rua e nos
bares também. Mas pra mim está na dose ideal.
uma do café Colibri, aqui em HolBox. Onde começamos a noite de ontem
com mojitos de mescal e, claro, o guacamole nosso de cada dia.
Semana que vem tem guacamole no menu da Enoteca certeeeza.
Óculos escuros pra esconder a ressaquinha do dia anterior.
Descobri que rum añejo artesanal, casca de laranja e pedra de gelo pode
ser uma combinação perigosa. Ainda mais quando você repete ela 5
vezes…. hahahahah… ?
Aqui na ilha, os lugares pra ir de noite são: Puravida, Hot Corner e
Cariocas. Cada um bomba num horário diferente, e a galera vai indo de
bar em bar – até finalizar no Cariocas, que fica na praia.
Maia e milho são três “m’s” praticamente inseparáveis. Aqui, uma bebida
feita com posole: uma pasta de milho branco canjicado, cozido,
misturada com água. Dá pra beber com mel, com açúcar ou assim, sem nada,
com sal e pimenta habanero.
Essa pasta também se utiliza pra
fazer outro prato tradicional, que leva o mesmo nome, e fica entre uma
sopa e um guisado, feita com carnes.
Manga
seca com pimenta, bananas fritas com pimenta, amendoins, sementes de
Abobóra, torresmo de porco e outros quitutes mais. Tudo com mais uma
pimentona por cima, claro.
Acho que não passei um dia sem comer abacate por aqui. Hoje mesmo, café
da manhã foi guacamole à colheradas com café preto e suco de limão sem
açúcar. Pra segurar a fome até o almojanta que provavelmente faremos
agora só em Cancun ( a viagem está acabando, já estamos voltando pra
embarcar depois de amanhã ).
O guacamole é uma preparação típica
mexicana. Aparentemente foram já os astecas ou os toltecas que
“inventaram” a receita, colhendo os abacates e fazendo um “molho”.
Quando os espanhóis chegaram, piraram no abacate. Virou comida rápida,
forte e nutritiva para os marinheiros e depois se popularizou por todo o
país e fora dele. Países mercadores ou colônias de açúcar ( como a
gente ) tem o costume de comer o abacate polvilhado com açúcar ( quem
nunca?! ), mas os mexicanos gostam dele na forma natural ( infinitamente
mais saudável… afinal, o que “engorda” no abacate é geralmente o
açúcar que vai em cima ).
porque agora o abacate voltou “à moda” de quem quer comer saudável, se
ele é tão “gorduroso”. Pois é, a resposta está mesmo na gordura.
Rico em vitaminas diversas, em especial a vitamina E e as do complexo
B, rico em minerais, ferro, cálcio, magnésio e toda a tabela periódica,
incluindo alguns taninos ( pois é ) e alguns antixoxidantes poderosos
como a glutadiona… ele sempre foi.
Mas seu baixo índice
glicêmico, muitas fibras, baixo índice de carboidratos, aliado a muita
gordura boa pro corpitcho fazem dele hoje uma super fruta. Hoje em dia
muita gente prega ( com razão, acredito eu ) uma alimentação baseada em
produtos naturais, com o mínimo de industrializados e o mínimo de
açúcares e carboidratos ( principalmente os refinados ) como uma
alternativa para perda de peso e maior saúde no geral. Motivo? Entre
outros, ingerimos muito mais carbo do que o necessário, nosso mecanismo
de insulina fica bem doidão, o organismo não sabe direito o que fazer e
isso acaba mesmo se acumulando em quilinhos extras, além de outras
doenças e desconfortos.
Se despedindo da ilha de HolBox.
Recomendado: Mochila nas costas ( pois não se entra na ilha de carro ),
chinelo no pé ( pois as ruas são todas de areia ), e carteira recheada
de pesos mexicanos ( embora dê pra se virar bem e barato, a maioria dos
lugares não aceita cartão de crédito ).
A ilha tem 22 km de
extensão por menos de 3 de largura. Tem bike, tem moto e tem uns
buguezinhos “táxi” que te levam pra onde quiser, por aproximadamente 10 a
30 reais. Mas o legal é andar a pé mesmo.
Indo
embora de HolBox no “táxi”. São carrinhos de golf, elétricos, pois na
ilha não entram carros e nem tem pavimentação nas ruas, que são de
areia.