Beterrabas…
Reza a lenda que antes de se comer a raíz, se comiam só as folhas da beterraba. Olha a ironia. Hoje as pessoas comem só a raiz e esquecem as folhas. Parece que foram os romanos os primeiros a cultivar beterrabas com o intuito de comer as raízes, mas as espécies já são consumidas a mais de dois mil anos. Vermelhinha e redonda, só a partir do século XVII. Já no XIX, foi desenvolvida uma variedade para extração de açúcar.
Ué, mas não beterraba não é só vermelha e redonda? Pois é, não. Tem amarela, branca, listradinha ( ahn rã ), além de diversas outras variedades com diferentes tamanhos e formas, mais alongadas, com folhas assim ou assado. As variedades que se fazem açúcar, as que vão pra mesa, as que vão pra ração de animais….. é, o mundo das beterrabas é bem maior do que julgava nossa vã filosofia.
A cor da beterraba, mais ou menos, dependendo da cor dela, vem da combinação de dois pigmentos: betacianina (pigmento roxo) e betaxanatina (pigmento amarelo). A beterraba vermelha, que conhecemos mais e é mais explorada comercialmente, além de ácido fólico, vitaminas A, K, B1, B2, B5, B6 e B9 (folato); vitaminas C e E, cálcio, potássio, ferro, cobre, manganês e magnésio…. tem betanina, que é uma antocianina do grupo dos flavonóides – sim, de novo, antioxidantes daqueles que também estão presentes no vinho tinto, e fazem um bem danado pra saúde.
A beterraba amarela, posando pra foto, também chamada de golgen, é bem menos explorada comercialmente, mas é extremamente saborosa e não tem aquele gosto de “terra” característico da beterraba vermelha, o que a deixa muito interessante para brincar na cozinha, além de ter uma cor que chama atenção de longe.
Popularmente, é usada como anti-inflamatória, anti-anêmica ( embora tenha índices relativamente medianos de ferro, acredita-se que pegou essa fama pela cor vermelha ), purificadora do sangue, faxineira do fígado.
Essa amarelinha é da @santa_adelaide_organicos .
…. Como tudo que vem da terra, no fundo, faz um pouquinho de bem para um pouquinho de tudo.